domingo, 20 de março de 2016

PAZ NA POLÍTICA

Hoje eu fui até um campeonato de karatê aqui perto da minha rua, era um campeonato semiamador. Me dirigi até lá a pé mesmo. No caminho, muitos entusiastas do esporte oriental, grande maioria descendentes de japoneses, além de outros curiosos, como os próprios nativos, gaúchos e nordestinos vestindo camisas do Flamengo e Fluminense para o inédito dérbi na capital paulista.
No ginásio, dois atletas se enfrentavam, mas o interessante é que ambos, em sinal de apoio ao governo Dilma trajavam seus kimonos com coloração avermelhada, o árbitro da competição seguiu a regra e não permitiu a luta com os adversários vestindo indumentárias de cores idênticas.
Um dos competidores saiu brevemente do tatame, e retornou, trajando uma esdrúxula combinação de vestes. Kimono amarelo e calça azul. Muitos aplaudiram, era o Brasil contra a corrupção vermelha. Entretanto, após o gongo soar pela primeira vez, os oponentes permaneciam em posição de combate, mas não se tocavam. A multidão nas arquibancadas começava a se enfurecer com a falta de objetividade do combate. Até que um dos treinadores grita, incentivando os atletas "SEM CONTATO!! SEM CONTATO!! NÃO VAI TER GOLPE", esse foi o estopim para uma breve reflexão do nosso sentimento nacionalista tomar conta da plateia. Ensandecidos, começaram a apoiar o governo de forma magnânima.
Até os mais temerosos começaram a se soltar e também deixaram de lado as suas diferenças. Pessoas começam a ficar nuas e transam nas arquibancadas, uns de vermelho, outros com as cores da bandeira nacional, formando uma verdadeira orgia colorida. A luta acabou e os dois atletas conquistaram uma medalha de ouro dupla. O dia em que direita e esquerda tomaram forças e se uniram, transformando a nossa nação em uma verdadeira miscelânea de cor verde, azul, amarela e vermelha. A todos os envolvidos nesse histórico dia 20/03, os meus mais sinceros parabéns. Foi lindo.

quinta-feira, 3 de março de 2016

Sobrevivendo em São Paulo: A chegada

Poucos que me acompanham ou conhecem da minha vida pessoal sabem que eu mudei de cidade. Saí da ensolarada Salvador, para rumar a uma aventura na chuvosa cidade de São Paulo. Essa aventura, porém, era um sonho pra mim desde pré-adolescente. Com 13 aninhos eu tive essa ideia: Ir fazer Rádio e TV em São Paulo.

Essa vontade de fazer um curso, até então esdrúxulo, alimentou a minha gana em realizá-lo. Anos passando e o que muitos falavam, não acontecia. Eu não desistia da ideia de mudar de curso. Sucumbi com Publicidade e Propaganda, mas depois, bati o pé no chão: Quero mesmo Rádio e TV.

Interessante que para ilustrar bem essa história preciso retornar sete meses antes da partida. Eu estava bêbado na Barra, conversando com um amigo e uma gringa, enquanto isso encontrei outros amigos. Conversamos a conversar todos juntos. Falei que fazia Rádio e TV (Na época, em uma universidade estadual), um cara disse que também fazia o mesmo curso, em São Paulo e na faculdade que eu queria. Agora dividimos o apartamento onde vivemos.

Trocamos contatos, muitas mensagens, muitas dúvidas, e, finalmente encontramos um local para morar. Comprei minha passagem, apenas de ida. E aí as coisas começaram a desandar. O apartamento só ficaria desocupado no dia 3 de Março, e eu chegaria no dia 27 de Janeiro. Não tinha onde ficar, faltavam apenas 8 horas para embarcar em definitivo. Até que mais uma vez a internet se mostrou possível na criação de laços, e um amigo virtual me ofereceu hospedagem. Já tinha um teto pra passar a primeira noite, mas ele dorme no trabalho, mas também mora em São Paulo. Sim, bem difícil entender, mas quando pensamos na dimensão dessa cidade, tudo faz sentido. Cheguei meio dia na pauliceia, e todos os males que me diziam sobre a capital foram se esvaindo. Mas isso é assunto para outro dia.