sábado, 20 de fevereiro de 2016

O dia em que pedi uma música a um DJ na balada

O conto que aqui será apresentado, é de produção independente do nosso projeto, não assumimos qualquer tipo de responsabilidade e não reinvindicaremos quaisquer direito autoral. Por um breve contato via e-mail, Edton* nos contou uma história no mínimo intrigante e essa, não poderia deixar de ser reproduzida por nós. 
  
                                           Eu pedi uma música ao DJ na balada   
  
Como já é de costume, meus amigos e eu, saímos praticamente todos os fins de semana procurando as baladinhas mais "tops" da cidade, se assim posso dizer. Já rodamos todos os lados e becos que essa capital pode nos proporcionar. 
  
Entretanto, dessa vez era diferente. Eu iria sair com uma moça, a Raquel. Colega de longa data, mas apenas neste breve início de 2016 começamos a nos relacionar de forma mais íntima. Ela, sempre animada, me convidou para ir em um club. Aceitei sem pestanejar, mas depois de pesquisar um pouco sobre o local, decidi que uma balada sertaneja, repleta de homens e mulheres vestidos de xadrez e ostentando suas bebidas pirotécnicas certamente não seria o melhor ambiente para sair com a Raq (como costumo chamá-la). Após essa busca, propus ir para uma boate gay... Alternativa, na verdade. Afinal, seria um lugar que eu não teria que me preocupar com a forte concorrência dos machos bombados com calça jeans justa e fivela em cima da minha garota. 
A Raquel achou um pouco estranho esse convite, ela pensava que esses ambientes mais liberais não me atraiam. Ela não estava totalmente errada. Mas eu menti, eu disse: Conheço o DJ da festa. E o pior, menti quando ela perguntou "Ahhhh, que legal. Então ele nos consegue entradas vips?" E assim eu paguei a nossa entrada, sem ela saber, claro. Entramos naquele caribe dançante, e lá realmente percebi que todas as tribos eram aceitas. Travestis, transsexuais, gays, lésbicas, héteros e todo o tipo de gente por ali se divertia. Me animei. A Raq continuava um pouco temerosa. Após alguns amassos e carícias, ela se soltou e me fez uma proposta tentadora "Aí, se você mandar o seu amigo tocar uma música que eu quero muito ouvir, eu dou pra você hoje." Confesso que com o barulho da casa e com um nível de álcool considerável no sangue, perguntei inocentemente "Qual amigo?", ela sem entender, respondeu: O Dj. E aí eu me recordei desta farsa. Balancei a cabeça positivamente e fui até lá. Não tinha nada a perder mesmo. 
 Fui caminhando a passos curtos e tropeçando, afinal, já estava um pouco alto. Cheguei no pé do ouvido do disc jockey e falei ", parceiro. Faz um favor, tá vendo aquela mulher ali? Se você tocar Fancy, eu vou comer ela.".  O diálogo assim se iniciou e terminou de uma forma esdrúxula e abrupta: 

        – O que? 

         – Aquela mulher ali disse "Se o DJ tocar Fancy, eu vou dar pra você!!"  

   
    – Eu não entendi direito, boy... Eu só preciso tocar e você vai dar pra mim?
   

Confirmei fazendo um sinal de positivo... a partir daí, a música parou e iniciou uma outra, a batida não enganava, era a música que ela queria. Porém, vejo o DJ, conhecido como Juninho, se aproximando de mim, me puxando e me beijando. Ele havia entendido mal, só me ouviu falando "Eu vou dar pra você." No começo foi um pouco assustador, jamais pensaria em fazer isso. Mas, hoje, escrevo isso com o Ju, rindo bastante de tudo isso. Acabei não só ganhando um amizade, como também um amigo colorido. Infelizmente, a Raq nunca me agradeceu pelo sacrifício que eu fiz para ela ouvir a música que ela tanto gostava.

*Edton é um nome fictício.

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